Aprendemos, desde crianças, que o ser humano tem, como ciclo de vida natural: nascer, crescer, reproduzir e morrer. O problema é que parece que os brasileiros insistem na terceira etapa. Mais do que deveriam. Mais do que podem administrar.
Não adianta falar em melhorar o país, enquanto não são tomadas medidas na primeira fase, o nascer. As coisas começam do começo, e pular etapas não vai ajudar em nada.
Sexo é bom, normal e faz parte da vida de um ser humano. O problema é que abordar o assunto não é tão fácil. Muitos tabus e preconceitos dominam a sociedade, fazendo com que as crianças, que em casa não têm liberdade para tratar do assunto com os pais, procurem as respostas em outros ambientes. Não me admira que o número de adolescentes grávidas tem aumentado a cada ano.
Mas brasileiro tem mania de esquecer as coisas. Ou pelo menos o que lhe convém esquecer. Reclama que não há vagas nas escolas/creches. Então voltemos um pouco no tempo, e façamos uma linha do tempo, pra tentar entender o que gerou esse impasse. Pode parecer bobo, mas as pessoas não entendem que a coisa funciona da seguinte forma:
Para que uma criança não encontre vaga em alguma escola, primeiro ela deve ter nascido. E para que ela tenha nascido é necessário que a mãe engravidasse. A gravidez, que por sua vez, só existiu devido ao fato de ter ocorrido uma relação sexual sem proteção. E uma relação sexual que resulta em gravidez só ocorre com o consentimento de dois indivíduos (deixando claro que estou ignorando a questão do estupro).
Então espera um pouco. O cidadão coloca a culpa (mais uma vez) nos governos porque o filho,que foi gerado de maneira irresponsável,não tem vaga na escola? Não estou defendendo a política atual, e sim lembrando que o povo adora se esquivar das acusações. Se cada um se preocupasse em evitar o que sabe que o governo não consegue remediar, as coisas poderiam ser facilitadas.
Mas não. Parece até que fazem de propósito. Quanto mais filhos, melhor. E isso é culpa de ambas as partes, e parece que se não se falar abertamente, as pessoas nunca vão entender que engravidar não é evento anual.
O Homem tem culpa ?
Tem, porque geralmente tem mais acesso às informações que dizem respeito à sexo do que as mulheres. Tem culpa por não querer usar camisinha. Tem culpa por achar que vasectomia faz perder a masculinidade. Tem culpa por usar o sexo como válvula de escape.
A Mulher tem culpa ?
Tem, porque geralmente, tem medo ou vergonha de falar sobre sexo e esclarecer dúvidas. Tem culpa por aceitar não usar camisinha. Tem culpa por não se previnir, com anticoncepcionais, por exemplo. Tem culpa por não enfrentar e aceitar as exigências do parceiro.
O Governo tem culpa ?
Tem, porque não aborda o tema abertamente. Tem culpa por não fazer campanhas de estímulo do planejamento familiar. Tem culpa por não divulgar que SEXO ENGRAVIDA. E por dar 'mesada' a mais pra quem tem mais filho.
Senão, enquanto isso, ao invés de poder usar o dinheiro em coisas pra melhorar a vida da sociedade, vão ter que usar pra construir mais reformatórios e prisões para os 'filhos por acidente'.
Ê Brasil, mostra tua cara ! Ao invés de ficar comprando cd pirata do calypso, vai e compra uma camisinha.
Admito que sumi por uns tempos. Em parte por ter ficado sériamente inconformada com a decisão do STF.
Mas após algumas reflexões, e conversas com o Léu, a Ísis, a Linão, passei a quase entender porque as coisas estão como estão. Resolvi então fazer o meu retorno ao empoeirado blog, com algo que realmente anda me incomodando, e dada a proximidade das eleições de 2010, considerado até relevante, para alguns.
Decidi criar, portando a minha série de inconformações, chamada Brasil, um país de tolos. Não é preciso explicar a analogia ao conhecido slogan da nossa terra tupiniquim. Porém, passo o crédito à Lih, que em uma de nossas conversas citou tal frase. Ao desenrolar de tal, portanto pretendo não só criticar, mas também sugerir e argumentar para a melhora. Nessa primeira parte, portanto vou falar de um assunto que os brasileiros estão mais acostumados a tapar com a peneira, e fingir que ninguém viu. O lixo.
Quantas vezes nós já não vimos na televisão, em jornais, ou até ao vivo, pessoas aos prantos por terem perdido ' tudo o que tinham ' nas enchentes ? Gritando, aos berros, que o governo não faz nada. Que Deus está nos castigando, ou que a vida é injusta. O problema é que quando essas pessoas reclamam, muitas vezes nem sabem o que é uma enchente, e porque ela acontece. Pra começar, existe uma diferença entre enchente e inundação. A primeira é uma ocorrência natural, e não afeta as pessoas, porque faz parte do ciclo da água. Já as inundações ocorrem por causa das mudanças feitas pelo homem (como a pavimentação) e outra coisa. O lixo.
Será que essas pessoas, que moram em locais de risco, que sabem que o risco de inundações é grande e que culpam o céu e a terra, reciclam ? Ou pelo menos, não jogam o lixo em qualquer lugar ? Aí é que está o x da questão. Você já parou pra reparar em como as pessoas se desfazem do lixo ? Como você se desfaz ? Jogar papéis de bala, maços de cigarro, garrafas, entre outras coisas, no chão, se tornou um hábito, e porque não, um vício do brasileiro. E não tenho medo de alegar que as próprias pessoas que sofrem com as inundações, também jogam tudo em qualquer lugar.
O cidadão : O que cada um devia fazer, é zelar pelo bem da sociedade. Saber que o que não me afeta, pode causar danos ao meu vizinho, e vice-versa. Se tem uma lixeira ali a três metros de distância, qual o problema em ir até lá, e jogar seu lixinho no lugar certo ? Se não tem nenhuma lixeira ao seu redor, guarde no bolso, espere encontrar algum local adequado pra se desfazer. Procurar saber a melhor forma de separar o lixo e se possível reciclar.
Situação 1 - Estou na fila do ônibus, se sair vou perder meu lugar. / Estou sentado no ônibus, se levantar pra jogar, vão pegar meu lugar. ~ Reação comum : Jogar pela janela , ou no chão.
Solução - Segure o que tem pra jogar, ou coloque no bolso. Na hora de descer do ônibus, jogue na lixeirinha que tem ao lado da porta de desembarque.
O governo : Informar a população dos riscos das inundações. As doenças que podem ser transmitidas, os locais de risco, e principalmente divulgar campanhas para que não se jogue lixo em qualquer lugar. Porque esse lixo entope os bueiros, o que faz com que a água não desça, e comece a encher, encher, até encontrar um lugar para se esvair. Estimular a reciclagem, ou separação do lixo orgânico do reciclável. Implantar e/ou fazer a manutenção das lixeiras em quantos lugares for possível.
Situação 2 - Não temos verbas para comprar mais lixeiras, ou fazer campanhas publicitárias na televisão / Não temos dinheiro para pagar mais garis.
Solução - Dar o exemplo. Fazer lixeiras a partir de materiais recicláveis. Divulgar por meios livres, como a internet, e os de impacto, em cartazes de ônibus, por exemplo. Não será necessário aumentar o número de garis, uma vez que a população for informada, e mesmo que a longo prazo, tome consciência.
A questão da reciclagem, fica como outro capítulo dessa série. É engraçado perceber que cada problema está ligado a outro, e as vezes as próprias pessoas não querem fazer isso mudar. E sim, querem a solução na hora, querem tudo mastigado, mas ninguém quer mudar suas atitudes e aprender valores, para que o benefício não seja só para si, e sim para toda a sociedade.
Seria bom que cada pessoa que ler esse post, tomasse consciência, e se lembrasse dele a cada vez que fosse jogar seus resíduos em qualquer lugar. E passasse essa mensagem adiante, para que cada vez mais os brasileiros entendessem que se o país está como está, não adianta ficar passando a mão na cabeça a cada época de eleição. Precisamos tomar um tapa na cara, pra ver se acordamos, que Deus não tem culpa de tudo, muito menos da multidão cega por opção.
"Mas o fator principal era a preconização das boas maneiras, fazendo-se sentir às pessoas que certas coisas 'não se fazem' porque desqualificam quem as comete. "
Eu não jogo lixo em qualquer lugar. E você ?
Confesso que a 'palestra' de ontem causou um certo impacto em mim. Tanto que vim correndo aqui fazer meu blog produzir, com medo de que ele me fosse tomado. Okay, brincadeiras a parte , vou contar o que realmente aconteceu.
Sabe, geralmente eu penso antes num assunto, escolho os hiperlinks e fotos, para depois montar meu post. Virginiana jornalista, se bobear faz pauta e se organiza até pra escovar os dentes. Mas, dessa vez estou escrevendo direto. Sem rascunho, pauta ou limitação textual. Escrevo sem limites para tentar quebrar essa barreira de organização justamente para falar disto. Dos meus padrões. E provavelmente vai ser o maior texto publicado nesse singelo blog. Um desabafo, se quiserem chamar assim.
And about forgiveness, we're both supposed to have exchanged
I'm sorry honey, but I'm passing up, now look this way"
Não sei se estou ficando velha, muito exigente com filmes ou se simplesmente Monstros vs Alienígenas é ruim mesmo. Mas pelo menos uma dessas três alternativas é verdadeira.