10:12 AM

Pisando em ovos

Sabe, geralmente eu penso antes num assunto, escolho os hiperlinks e fotos, para depois montar meu post. Virginiana jornalista, se bobear faz pauta e se organiza até pra escovar os dentes. Mas, dessa vez estou escrevendo direto. Sem rascunho, pauta ou limitação textual. Escrevo sem limites para tentar quebrar essa barreira de organização justamente para falar disto. Dos meus padrões. E provavelmente vai ser o maior texto publicado nesse singelo blog. Um desabafo, se quiserem chamar assim.


Quem me conhece há pelo menos dois anos percebeu uma mudança do vinho para a água, com o perdão do trocadilho. Tecnicamente, quem me conhece há pelo menos dois anos e ainda tem contato comigo, esses sim sabem o quanto eu mudei. 
Acredito que antes, eu tentava tapar o sol com a peneira, e então aprendi a usar essa mesma peneira para filtrar tudo da minha vida. O que faz bem pra mim? Pro meu corpo, pra minha saúde, pra minha mente, pro meu convívio social , pro meu futuro. Essa é a palavra chave. Quantas vezes eu já não havia feito planos que se terminavam antes da terceira década? Ou de simplesmente fazer de tudo para ter várias pessoas ao meu redor, por medo de me sentir sozinha?

Fazer essa seleção de tudo me ajudou muito. Mas também me trouxe muitas decepções. Andei fazendo um 'cálculo', meio que um balanço geral das estatísticas. Perdas e ganhos. Prós e contras. E sinceramente? Ainda acho que estou no lucro. 

Vamos lá. Se lá pro meio de 2007, minha maior meta era chegar aos 27 , não fazer faculdade, fumar e gastar minha vida até lá , e manter o maior número de pessoas ao meu lado, hoje posso dizer que a coisa mudou bastante. Não tenho mais centenas de amigos, muito menos no orkut, onde só aceito quem eu realmente falo, e com quem não falo, ao passar dos tempos, eu deleto mesmo. Sem choro nem vela. Não vou mais aos encontros semanais na Liberdade, ou a casa de amigos/amigas. Não vou mais a aniversários ou festas de horários findáveis ou não. 

Em uma escala de percentagem, digamos que 95% dos contatos que eu tinha, simplesmente eu 'excluí' da minha vida, sem remorso algum, apenas peneirando. Mas dos 5% que restaram, eu expliquei a situação, talvez por ter algum traço de confiança e consideração. E aí que eu caí do salto. Apenas 1% restou. E posso, e não só posso como devo, nomear e sempre deixar claro quem são essas pessoas e como são importantes pra mim. Porque, ao contrário do restante, não me julgaram, não me criticaram ou condenaram, muito menos ao Léu. Ainda teve casos de consentir com as minhas condições ( que não são poucas, muito menos agradáveis aos olhos de quem não vê o que realmente se passa ) e depois fazer as quebrar. Aí a coisa fica pior. 
Acredito que esse 1% seja constituído basicamente pelo Léu , a Malu e a Linão. Não digo a Isis a princípio, porque ela não me conheceu antes, então não teve que passar pela peneira (Ufa!) ... mas já provou por diversas vezes que também está neste seleto grupo. 

Há algum tempo um fato me surpreendeu. A Gabih ( É , aquela do Japão, que quase fez com que eu e o Léu terminássemos ) tentou contato comigo. Acho justo, a quem estiver lendo que eu explique a história, ou pelo menos alguns marcos importantes, já que o texto está sendo cuspido, e não estruturado. Por volta de 2004, eu conheci, a Gabriela. Não vou ficar citando quem, ou porquê, mas a conheci. E nos demos muito bem, sempre conversando sobre tudo e criando um vínculo muito forte. Nos tornamos 'irmãs'. E ela também tinha outro 'irmão' o Léu, a quem eu fui apresentada, mas mal  nos falávamos. Beleza, os anos passaram e ela veio para o Brasil. Tudo muito bom, tudo muito bem, saímos, trocamos presentes , irmãs para sempre. Uma ova. Re-conheci o Léu em uma ocasião tanto quanto diferente, e começamos a ficar juntos [ isso é tema para outro post] . Só que, eu sempre tive muitos problemas, e naquela época, ainda não tinha feito a etapa da peneira, o que significa que ainda tinha muita tranqueira me cercando. O que fez com que, por muitas vezes eu machucasse o Léu. E ela, como amiga dele, nada mais fez do que o aconselhar. Por mais que o conselho dela pudesse estar livre de segundas intenções, ele me feriu, pois o aconselhou a terminar comigo. Com a 'irmãzinha' dela. Não vou ficar enchendo linguiça a respeito de como me senti, e tudo mais. O importante foi que brigamos e paramos de nos falar.
Mãs , há cerca de um mês, ela retomou o contato comigo, pedindo desculpas e tudo mais. Na hora fiquei estática, em dúvida e sem saber como agir. E permiti que ela voltasse a minha vida. Conversei com a Malu, e ela me disse uma das coisas que mais me provou que ela realmente faz parte do 1%. Algo como "Você é minha melhor amiga, e eu te amo demais pra falar ' vai em frente, volta a ser amiga dela ' pra depois te ver chorando e magoada como ficou da outra vez. " fez com que eu percebesse que não adiantaria nada uma palavra sem a ação. Até lembrei de uma citação na música Misery Business ...

"Second chances they don't ever matter, people never change
Once a whore, you're nothing more, I'm sorry that'll never change
And about forgiveness, we're both supposed to have exchanged
I'm sorry honey, but I'm passing up, now look this way"

Sem traduções para deixar livres interpretações. E só pra variar, quebrei a cara. Estabeleci as minhas condições para ela, e percebi que ela faz parte dos 4% que eu considerava, mas não soube me aceitar. Mas dessa vez, eu estava já de capacete, então nem doeu tanto. Afinal, lá no fundo, acho que eu já sabia o que esperar dela. Ou o que não esperar. E olha que o Léu já tinha me avisado que havia criado uma cobra. Mas, eu sou cabeça dura, e ainda acho que um dia vou conseguir tudo aquilo da música ' Índios ' do Legião. E olha que a Isis ainda me avisou pra tomar cuidado. Mas, foi bem feito pra mim. Isso só fez com que eu percebesse que a minha peneira tá afinando os espacinhos, então, pra eu poder chamar de 'amigo' tem que ser bom, aliás, bom não, tem que ser o melhor. Os melhores. Que são os que eu tenho.

Agradeço então a vocês, Léu, Malu , Linão e Isis, por fazerem dos meus dias mais felizes, e me aceitarem e entenderem. E claro, de sempre me fazerem rir, por diversos motivos, de minhocas a imitar pokemóns, de ragnarok a frappuccinos. Agora vou re-ler tudo que escrevi, e prometo que não vou editar, pra não perder o realismo da emoção. E quanto a mim ? A frase da minha futura tatuagem explica e resume tudo. Hoje que sou uma estudante de jornalismo, trabalho , tenho um namorado maravilhoso , e estou em constante processo de renovação, limpando as impurezas que se acumulam nos cantos , e sempre buscando melhorias, entre outras mudanças pessoais que só o meu inconsciente percebe, e está aprovando. 

"From Ashes To Eternity".

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