8:55 AM

Brasil, um país de tolos (Parte I)


Admito que sumi por uns tempos. Em parte por ter ficado sériamente inconformada com a decisão do STF.
Mas após algumas reflexões, e conversas com o Léu, a Ísis, a Linão, passei a quase entender porque as coisas estão como estão. Resolvi então fazer o meu retorno ao empoeirado blog, com algo que realmente anda me incomodando, e dada a proximidade das eleições de 2010, considerado até relevante, para alguns.

Decidi criar, portando a minha série de inconformações, chamada Brasil, um país de tolos. Não é preciso explicar a analogia ao conhecido slogan da nossa terra tupiniquim. Porém, passo o crédito à Lih, que em uma de nossas conversas citou tal frase. Ao desenrolar de tal, portanto pretendo não só criticar, mas também sugerir e argumentar para a melhora. Nessa primeira parte, portanto vou falar de um assunto que os brasileiros estão mais acostumados a tapar com a peneira, e fingir que ninguém viu. O lixo.

Quantas vezes nós já não vimos na televisão, em jornais, ou até ao vivo, pessoas aos prantos por terem perdido ' tudo o que tinham ' nas enchentes ? Gritando, aos berros, que o governo não faz nada. Que Deus está nos castigando, ou que a vida é injusta. O problema é que quando essas pessoas reclamam, muitas vezes nem sabem o que é uma enchente, e porque ela acontece. Pra começar, existe uma diferença entre enchente e inundação. A primeira é uma ocorrência natural, e não afeta as pessoas, porque faz parte do ciclo da água. Já as inundações ocorrem por causa das mudanças feitas pelo homem (como a pavimentação) e outra coisa. O lixo.

Será que essas pessoas, que moram em locais de risco, que sabem que o risco de inundações é grande e que culpam o céu e a terra, reciclam ? Ou pelo menos, não jogam o lixo em qualquer lugar ? Aí é que está o x da questão. Você já parou pra reparar em como as pessoas se desfazem do lixo ? Como você se desfaz ? Jogar papéis de bala, maços de cigarro, garrafas, entre outras coisas, no chão, se tornou um hábito, e porque não, um vício do brasileiro. E não tenho medo de alegar que as próprias pessoas que sofrem com as inundações, também jogam tudo em qualquer lugar.

O cidadão : O que cada um devia fazer, é zelar pelo bem da sociedade. Saber que o que não me afeta, pode causar danos ao meu vizinho, e vice-versa. Se tem uma lixeira ali a três metros de distância, qual o problema em ir até lá, e jogar seu lixinho no lugar certo ? Se não tem nenhuma lixeira ao seu redor, guarde no bolso, espere encontrar algum local adequado pra se desfazer. Procurar saber a melhor forma de separar o lixo e se possível reciclar.

Situação 1 - Estou na fila do ônibus, se sair vou perder meu lugar. / Estou sentado no ônibus, se levantar pra jogar, vão pegar meu lugar. ~ Reação comum : Jogar pela janela , ou no chão.

Solução - Segure o que tem pra jogar, ou coloque no bolso. Na hora de descer do ônibus, jogue na lixeirinha que tem ao lado da porta de desembarque.

O governo : Informar a população dos riscos das inundações. As doenças que podem ser transmitidas, os locais de risco, e principalmente divulgar campanhas para que não se jogue lixo em qualquer lugar. Porque esse lixo entope os bueiros, o que faz com que a água não desça, e comece a encher, encher, até encontrar um lugar para se esvair. Estimular a reciclagem, ou separação do lixo orgânico do reciclável. Implantar e/ou fazer a manutenção das lixeiras em quantos lugares for possível.

Situação 2 - Não temos verbas para comprar mais lixeiras, ou fazer campanhas publicitárias na televisão / Não temos dinheiro para pagar mais garis.

Solução - Dar o exemplo. Fazer lixeiras a partir de materiais recicláveis. Divulgar por meios livres, como a internet, e os de impacto, em cartazes de ônibus, por exemplo. Não será necessário aumentar o número de garis, uma vez que a população for informada, e mesmo que a longo prazo, tome consciência.

A questão da reciclagem, fica como outro capítulo dessa série. É engraçado perceber que cada problema está ligado a outro, e as vezes as próprias pessoas não querem fazer isso mudar. E sim, querem a solução na hora, querem tudo mastigado, mas ninguém quer mudar suas atitudes e aprender valores, para que o benefício não seja só para si, e sim para toda a sociedade.

Seria bom que cada pessoa que ler esse post, tomasse consciência, e se lembrasse dele a cada vez que fosse jogar seus resíduos em qualquer lugar. E passasse essa mensagem adiante, para que cada vez mais os brasileiros entendessem que se o país está como está, não adianta ficar passando a mão na cabeça a cada época de eleição. Precisamos tomar um tapa na cara, pra ver se acordamos, que Deus não tem culpa de tudo, muito menos da multidão cega por opção.

"Mas o fator principal era a preconização das boas maneiras, fazendo-se sentir às pessoas que certas coisas 'não se fazem' porque desqualificam quem as comete. "

Eu não jogo lixo em qualquer lugar. E você ?

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